História da Moda: 100 anos (1921-1930)
Do livro “Um Século de Moda” do professor e historiador de moda João Braga.
1921
Chanel nº 5
Esse foi o ano de lançamento do mais emblemático perfume de todos os tempos: o Chanel nº 5. Foi o primeiro perfume de mademoiselle Coco Chanel. O perfumista Ernest Beaux criou 12 fragrâncias numeradas. Chanel escolheu a número 5, daí o nome. Foi lançado no dia 5 de maio.
Foto: Chanel nº 5/Divulgação
1922
La Garçonne
Foi o lançamento do livro “La Garçonne”, de Victor Margueritte, contava a história de uma mulher que usava cabelos curtos, jaquetas masculinas, gravata e tinha um estilo libertário. O sucesso do livro deu margem à moda dos cabelos curtos e cheios e quadris achatados, com roupas mais largas. É o estilo “la garçonne”, inspirado nos jeito dos meninos.
Foto: Getty Images
1923
Trajes esportivos
A artista plástica russa Varvara Stiêpanova, inspirada no construtivismo, desenhou figurino esportivos mais largos para servir à causa socialista. Cortes angulares, listrados e motivos geométricos coloridos faziam parte da proposta publicada na revista Lef. Na foto, quadro Jogadores de Bilhar, acervo do museu espanhol Thyssen-Bornemisza.
Foto: Varvara Stiêpanova/ Divulgação
1924
Bordados Lesage
O parisiense Albert Lesage casou-se com Marie-Louise, bordadeira de Madame Vionnet. Em 1924, abriram sua própria casa de bordados, a Maison Lesage. Hoje pertencente à Maison Chanel, ainda realiza bordados para marcas famosas. O nome também batiza uma famosa escola de bordados em Paris.
Foto: Lesage/ Divulgação
1925
Pernas de fora
Em 1925, Paris criou e hospedou a Exposição Internacional de Artes Decorativas e Industriais Modernas, oficializando o movimento chamado de art déco, cujos objetos decorativos tinham formas geométricas. Nas roupas, essa escola trouxe cortes geométricos também, como no cabelo e vestidos de forma cilíndrica e reta. O estilo melindrosa, visto na cantora Gilda Gray (foto), também celebrava a vida com música e dança, que precisava de roupas mais curtas. Pela primeira vez desde a Pré-História, a mulher mostrou a perna.
Foto: Getty Image
1926
Pretinho Chanel
Chanel já conhecida e respeitada na moda, criou o seu famoso petite robe noire, ou seja, seu “pretinho”, de corte sóbrio e forma simples, tornando-se um clássico da moda feminina. Esse tipo de roupa seria um coringa no guarda-roupa de qualquer mulher, pois serviria tanto para festa quanto para velório. Ainda hoje, as mulheres costumam ter seus respectivos pretinhos, que no Brasil é conhecido como “pretinho básico”. Na foto, a atriz francesa Catherine Deneuve em 1966.
Foto: Getty Images
1927
Bainhas assimétricas
Em 1926, tanto Chanel quanto Jean Patou (outro grande nome da moda francesa) propuseram as bainhas assimétricas para as saias e vestidos de moda de então. Porém, foi no ano seguinte, em 1927, que essas propostas de barras desiguais tornaram-se a grande moda. As versões das bainhas assimétricas variavam, podendo ser mais longas na parte de trás, em quatro pontas de lenço ou até mesmo com o acréscimo de certas echarpes do mesmo tecido da roupa presas aos vestidos ou saias.
Foto: Getty Images
1928
Fantasias para Carnaval carioca
A artista plástica ucraniana Sonia Delaunay criou figurinos para teatro, desenhou roupas de moda, trajes de banho, echarpes e acessórios. Também vestiu atrizes e modelos. Com seus produtos de moda completamente diferentes para o gosto da época, Sonia Delaunay tinha pontos de venda em Paris, Londres e Rio de Janeiro, na Casa de Aladin, situada na Rua 13 de Maio, no 52, como constava em seu cartão de visitas. Além de vender suas criações na então capital do Brasil, Sonia chegou a criar uma coleção de fantasias para o carnaval carioca de 1928 cujos nomes eram “fantasia serpentina”, “fantasia banana”, entre outras.
Foto: Getty Images
1929
Casa Canadá no Rio
Criada por Jacob Peliks, em 1929, na cidade do Rio de Janeiro, então capital do País, a Peleteria Canadá iria se tornar a Casa Canadá de Luxe, em 1944, e, posteriormente, ficaria conhecida só como Casa Canadá. Do comércio de artigos de peles importadas, como casacos e estolas, passaram-se também a trazer do exterior roupas sofisticadas para atender às mais exigentes da capital federal.Eram feitas cópias e adaptações (devido ao clima do Rio de Janeiro) dos modelos importados, mas também faziam suas criações, especialmente vestidos de noiva, de festa e trajes sociais.
Foto: Casa Canadá/ Divulgação
1930
Short
Peça de roupa considerada não adequada começa a se popularizar nos anos 1920 devido ao hábito do banho de mar como lazer. O short também foi comum à prática de exercícios, principalmente na Inglaterra, uma vez que a Liga Feminina de Saúde e Beleza, criada em 1930, oferecia aulas públicas de ginástica favorecendo o uso do short, que passou a ser mais aceito. Seja na ginástica, seja no lazer dos balneários nos finais de semana, a peça passa a ser moda feminina a partir de então, perdurando a voga por praticamente toda a década. No mesmo ano de 1930, foi criado, nos Estados Unidos, um fio de borracha elástica que começou a ser aplicado em tecidos próprios para as roupas íntimas femininas: o lastex, que com o passar dos anos ficou mais conhecido como látex.
Foto: Getty Images