História da Moda: 100 anos (1931-1940)

16/10/2013 21:26

Do livro “Um Século de Moda” do professor e historiador de moda João Braga.

1931

Prisunic

No ano de 1931 foi criada uma rede francesa de magazines populares com o nome de Prisunic, pertencente ao grupo de lojas bem mais sofisticadas Printemps. O objetivo era vender artigos de moda com preço inferior a 10 francos franceses. Em 1997, a rede Prisunic passou às mãos da rede francesa Monoprix.

Foto: Prisunic/ Divulgação

 

1932

Revlon

Os irmãos Charles e Joseph Revson, em parceria com o químico Charles Lachman, fundaram, nos Estados Unidos, uma marca de cosméticos e produtos de beleza no ano de 1932, a Revlon, resultado da troca de uma letra no nome de família. O primeiro produto da empresa foi um esmalte colorido opaco.

Foto: Revlon/Divulgação

 

1933

Lacoste

É criada a Lacoste, marca francesa de moda esportiva, pelo tenista René Lacoste, que, ao longo dos tempos, ficou mundialmente famosa. Amplamente divulgada nos anos 1930, foi, e ainda é, uma das peças de moda mais difundidas em todo o século 20. Ainda no século 21, a camisa polo é uma peça emblemática, tanto como roupa esportiva quanto como referência para o mundo da moda.

Foto: Getty Images

 

1934

Fashions of 1934

O filme Fashions of 1934, datado de 1934, foi dirigido por Willian Diertele e estrelado por Bette Davis no começo da carreira. Faz uma crítica ao setor da moda, especialmente pelo viés da cópia norte-americana da moda francesa. A cópia pelo restante do mundo ocidental da criação de moda francesa já era uma realidade em 1934, a ponto de ser motivo inspirador do filme.

Foto: Getty Images

 

1935

Schiaparelli

Nascida em Roma no ano de 1890, Elsa Schiaparelli, de família aristocrática italiana, casou-se com o conde inglês Willian de Wendt de Kerbor e mudou-se para os Estados Unidos. De volta à Europa, em 1920, estabeleceu-se em Paris, conheceu artistas dadaístas e começou a trabalhar com moda, desenhando suéteres e gravatas. Em 1927, abriu um pequeno espaço na Rue de la Paix, até que, em 1935, devido ao sucesso, estabeleceu-se definitivamente em salões do número 21 de Place Vendôme.

Foto: Getty Images

 

1936

Etiqueta vermelha da Levi´s

Nesse ano, a calça jeans da Levi`s recebe a famosa etiqueta vermelha, na costura exterior, no lado interno do bolso traseiro. Com esse novo detalhe, a marca cresceu cada vez mais e se firmou como um produto de fácil reconhecimento visual. O jeans foi usado como moda masculina a partir dos anos 1950 e, feminina, no final dos anos 1960, com o advento da moda unissex.

Foto: Getty Images

 

1937

Balenciaga

Elsa Schiaparelli, que já estava estabelecida na Place Vendôme, em Paris, lançou duas grandes novidades na moda: seu primeiro perfume, cujo frasco era em forma de um busto de costura, com uma fita métrica contornando o pescoço e pendida à frente, e uma coleção de chapéus que lançou em parceria com seu amigo surrealista Salvador Dalí. Nesse mesmo ano, Cristobal Balenciaga inaugurou sua casa de costura, localizada na Avenue George V, em Paris.

Foto: Getty Images

 

1938

Coleção com tema e nylon

Elsa Schiaparelli tornou-se pioneira de uma proposta que passou a ser uma realidade na moda. Dessa vez, ela teve a ideia de desenvolver uma coleção de roupas inspirada num determinado tema, tornando-se a primeira pessoa na moda a trabalhar assim. Nesse ano, o nylon começa a ser comercializado. O material foi patenteado nos Estados Unidos pela DuPont em 1935.

Foto: Getty Images

 

1939

Feminina com “jeito” masculino

As roupas femininas, especialmente a partir de 1939, ganharam aspectos masculinos, como ombros acentuados, casacos e sapatos pesados, uso de duas peças (saia e casaco e/ou blusa), enfeites com passamanarias, borlas e galões típicos dos uniformes militares. Também se utilizaram cores bem mais sóbrias, comuns às roupas masculinas, como azul-escuro, verde-militar, cinza, preto e marrom. Foi um sinal de momentos de penúria para a vida e, por extensão, para a moda.

Foto: Getty Images

 

1940

Alta-costura em Berlim?

O Exército alemão ocupou parte da França, especialmente Paris, em junho de 1940, trazendo grandes problemas e interferências à moda local. Uma das intenções de Hitler era transformar a cidade de Berlim em grande capital cultural da Europa e, por extensão, do mundo. Para isso, ele quis se apropriar também da indústria da moda francesa e, em especial, transferir a sede da Câmara que regia a alta-costura de Paris para Berlim. O costureiro francês Lucien Lelong (foto de uma criação dele da década de 20), presidente da Câmara nesses anos de guerra, conseguiu manter a câmara em Paris e foi a partir desse momento que houve a preocupação de registrar e proteger a alta-costura como um patrimônio cultural francês, estabelecendo regras para o setor. Assim, a alta-costura só existe em Paris, uma vez que é uma marca registrada.

Foto: Getty Images