História da Moda: 100 anos (1941-1950)

05/02/2014 17:44

Do livro “Um Século de Moda” do professor e historiador de moda João Braga.

 

1941

Recessão na moda

A guerra trouxe uma recessão de grandes dimensões e os estoques de matéria-prima começaram a diminuir. Foi, a partir de 1941, que o governo francês limitou o consumo de roupas por intermédio de medidas de racionamento que controlavam os bens usáveis.

Foto: Getty Images

 

1942

Economia nas roupas

Passam a haver limitações na produção têxtil e consequentes restrições às metragens necessárias para cada tipo de roupa, sendo estabelecidas regras como encerramento dos paletós dos costumes masculinos, que não podiam ser trespassados. Além disso, houve a eliminação do uso de pregas nos bolsos das calças, as quais deveriam ter um único bolso, junto aos quadris, sendo, inclusive, proibidas as barras viradas, pois as bainhas deviam ser bem mais estreitas para a total economia de tecidos.

Foto: Getty Images

 

1943

Pin-up

Os soldados norte-americanos estavam em campo de batalha na Europa em plena Segunda Guerra Mundial (1939-1945). O governo dos Estados Unidos convidou a atriz de cinema Beta Grable (a preferida entre os homens) para posar numa foto que lhes seria enviada. A atriz, segundo consta, estava em princípio de gravidez e, para esconder o início de uma barriguinha, resolveu tirar a fotografia de costas, usando um maiô bem decotado e salto alto, valorizando suas costas desnudas e um belo par de pernas. Os soldados prendiam a imagem com um ´pin` na parte superior da foto (up, em inglês), originando a expressão pin-up, que significava uma moça de comportamento ousado e insinuante, mas ainda com pitadas de ingenuidade.

Foto: Getty Images

 

1944

Lee Miller e Vogue

Nesse ano, a norte-americana Lee Miller passa a fotografar para a Vogue em Paris, livre da ocupação nazista. Suas imagens em preto e branco do período se tornaram verdadeiros documentos de guerra e pós-guerra, misturando sonho e realidade. Ela nasceu em 1907, tornou-se manequim de moda entre 1927 e 1935 e, por conta de sua beleza, chegou a ser capa da revista Vogue. Foi clicada por vários nomes importantes da fotografia de moda e, em 1929, começou a colaborar com Man Ray nessa área. Apesar de sua beleza e fotogenia, ela fez mais sucesso como fotógrafa correspondente de guerra dos Estados Unidos em Londres, entre 1939 e 1947.

Foto: David e Scherman/ Wikimedia

 

1945

Elle e H.Stern

É criada a revista de moda francesa Elle foi criada por Hélène Gordon-Lazareff, com periodicidade semanal. No mesmo ano, já estabelecido no Brasil, o alemão Hans Stern fundou no Rio de Janeiro, no ano de 1945, a casa joalheira H.Stern.

Foto: Getty Images

 

1946

Biquíni

Louis Réard, em sua coleção de roupas de banho, apresentou, em julho de 1946, um conjunto de duas peças muito ousado, em especial por deixar o umbigo à mostra. Foi preciso pagar uma dançarina para desfilar com ele à beira de uma piscina pública em Paris. Estava oficialmente lançado o biquíni (foto).

Foto: Getty Images

 

1947

Dior e “prêt-à-porter”

A primeira coleção de Christian Dior foi apresentada em fevereiro desse ano, com as saias rodadas abaixo dos joelhos, cintura marcada, ombros delineados, sapatos de salto alto fino – o que passou a ser chamada de “new look”. Esse trabalho tornou-se uma verdadeira mudança de paradigma para a história da moda. O “novo visual” passou a ser sinônimo de classe, refina- mento, bom gosto e sofisticação, tornando-se referência estética para a moda dos anos 1950. Nesse ano surge a expressão “prêt-à-porter” na França.

Foto: Getty Images

 

1948

Biquíni no Brasil

O biquíni, que deixa o umbigo à mostra, é usado pela primeira vez no Brasil por uma imigrante alemã chamada Miriam Etz, nas escaldantes areias das praias do Rio de Janeiro. Começa a ficar mais popular no mundo, como mostra a atriz Jane Manfield, em pose de 1955.

Foto: Getty Images

 

1949

Três listras da Adidas

É lançado um tênis de corrida com três listras laterais que contrastavam com a cor do calçado pela Adidas, marca lançada um ano antes, na Alemanha. A partir daí, essa linguagem visual tornou-se a identidade da marca. De fabricantes de calçados esportivos para atletismo, tênis, golfe, futebol, esqui, boxe, ciclismo e outros, passaram a produzir também equipamentos esportivos, como bolsas, balões, viseiras e raquetes, além de roupas, como shorts, trajes de banho, agasalhos, calças compridas, meias etc., como mostra foto de 1977.

Foto: Getty Images

 

1950

Bailes

O estilista francês Jacques Fath organizou o primeiro grande baile em sua propriedade em Coberville, próximo à Paris. Foi batizado de “Square Dance”; o segundo, em 1951, foi chamado de “Holywood 25”; e o terceiro, em 1952, foi a vez do Brasil, com o baile “Carnaval à Rio”, para o qual foi uma grande comitiva de brasileiros patrocinados pela fábrica carioca de tecidos de algodão “Bangu”, em parceria com Assis Chateaubriand, dos Diários Associados. Em outubro desse mesmo ano, Jacques Fath foi ao Rio de Janeiro para promover os algodões da Bangu.

Foto: Getty Images