História da Moda: 100 anos (1961-1970)

06/02/2014 16:43

Do livro “Um Século de Moda” do professor e historiador de moda João Braga.

 

1961

Minissaia

André Courrèges, nascido em 1923, no interior da França, fundou a Maison Courrèges. No mesmo ano, ele criou saias e vestidos com bainhas acima dos joelhos e os denominou e “silhueta curta”. A autoria da minissaia, no entanto, é uma disputa: franceses dizem que foi Courrèges e ingleses defendem que foi Mary Quant (foto), que foi quem deu o nome minissaia, mas ela própria disse que não foi ela quem inventou a peça. Ainda em 1961, Yves Saint Laurent, com o sócio e companheiro Pierre Bergé, fundou a Casa Yves Saint Laurent.

Foto: Getty Images

 

1962

Havaianas

A empresa São Paulo Alpargatas S.A. lançou um modelo de calçado à base de plástico e borracha que viria a se tornar uma das identidades da moda brasileira. Trata-se das sandálias havaianas, cujo design foi baseado nas sandálias de dedo japonesas, que tinham uma série de pequenos relevos com elementos ovais no apoio do pé, sempre na cor branca e que foram chamadas de “arroz”.

Foto: Havaianas/ Divulgação

 

1963

Beatles e Mod

Os Beatles se apresentam dentro da estética “mod”, com os integrantes vestindo calças de bocas estreitas, casacos sem gola, camisas com altos colarinhos e gravatas fininhas, num visual elegante, jovem e moderno, além de cabelos cortados em forma de tigela e botinhas de cano curto, esse estilo difundiu e foi copiado por todo o mundo. “Mod”, abreviatura de “modernistas”, foi um movimento surgido na Inglaterra no início dos anos 1960.

Foto: Getty Images

 

 

1964

Biba

É aberta na capital inglesa a mais cobiçada das butiques pelos jovens de então: a Biba, da polonesa Barbara Hulanicki. As criações de Barbara definiam e acompanhavam o padrão jovem da época, com grande autenticidade criativa e inovadora ao associar ares nostálgicos tanto da estética do art nouveau quanto do art déco, além de receber influência do glamour do cinema norte-americano. Produziam-se e vendiam-se vestidos românticos e sedutores, batas, chapéus de feltro, calças compridas, t-shirts decotadas e uma série de outros produtos em cores marcantes, porém discretas. Fez fama e virou referência.

Foto: Getty Images

 

1965

Vestido Mondrian

Yves Saint Laurent lança vestidos “tubinho” para jovens mulheres inspirados nos quadros do neoplasticista holandês Piet Mondrian.

Foto: Getty Images

 

1966

Paco Rabanne

Paco Rabanne lança sua primeira coleção apresentando 12 vestidos experimentais feitos com material “contemporâneo”. Tratava-se de placas e discos de plástico unidos por aros metálicos.

Foto: Getty Images

 

1967

Hippies

Não há um ano preciso para documentar o surgimento do movimento hippie. Sabe-se que surgiu em San Francisco, na Califórnia, Estados Unidos, entre os anos de 1966 e 1967, perdurando por praticamente toda a década de 1970. Tratou-se de um movimento cultural amplo que abrangeu a área da música, da arte, da moda e, especialmente, questões comportamentais.

Foto: Getty Images

 

1968

Cabelo Black power

Nos Estados Unidos, foi lançado no teatro o musical Hair (cabelo, em inglês), anunciando paz e amor pela música do rock tribal americano. A atriz negra Marsha Hunt encenou a peça com uma vasta cabeleira no formato esférico, que logo recebeu o nome de cabelo black power.

Foto: Getty Images

 

1969

Woodstock e boca de sino

Em agosto, jovens norte-americanos se reuniram no campo, em Woodstock, próximo à Nova York, para ouvirem os ídolos da música pop de então, como Jimmy Hendrix, Janes Joplin, The Who. Tratou-se de um encontro de três dias de paz, amor e rock’n’roll que fez história não só por questões ideológicas pacifistas e de valorização da natureza, como também foi um marco de difusão internacional da moda hippie. Neste mesmo ano, também nos Estados Unidos, em São Francisco, foi fundada a marca Gap.

Foto: Getty Images

 

1970

Zuzu Angel em NY

Zuzu Angel, já famosa no Brasil, foi aceita como participante do “Fashion Group” (Grupo de Moda, em inglês) de Nova York. Lá abriu escritório e, em 1970, lançou uma coleção com roupas inspiradas nos trajes típicos das baianas, em Lampião e Maria Bonita e também no trabalho das rendeiras dos estados do Nordeste brasileiro.

Foto: Instituto Zuzu Angel/ Divulgação